Olá Pessoal,
Hoje, 27/10/2020, por volta das 11:15 em Salvador ocorreu o fenômeno do Zênite Solar! Entretanto, pela primeira vez em cerca de onze anos da Teoria do Zênite Solar o tempo ficou nublado e com chuva o que impediu de realizar registros de imagens. Será mais uma novidade deste ano de 2020? Vamos tentar novamente amanhã e convido a todos para irem para frente de casa, ou do local onde estiverem na hora do evento e vamos fazer imagens de objetos ou de nós próprios mostrando que estamos perfeitamente sem sombra! As explicações de que podem ser feitas boas imagens também amanhã estão no texto que segue.
Compartilhe as imagens com #veraorealdabahia (Prometo organizar o Instagram em algum momento!)
O que fotografar?
Se o objeto escolhido não for perfeitamente nivelado, podem ocorrer imperfeições, mas mesmo assim as imagens podem ser feitas. Em imagens de pessoas, feitas de selfies, tentando mostrar os pés no chão perfeitamente sem sombra costumam ficar boas, até mesmo por causa das formas dos nossos corpos, que não são exatamente cilíndricos ou em forma de gnômom perfeito.
E se usarmos um instrumento perfeito?
Um objeto perfeito seria um gnômom, ou uma vareta sem deformidades colocada ao chão e estando perfeitamente nivelada. Existe a possibilidade também de, ao se tentar aferir a ausência de sombra com instrumentos precisos, identificarmos zênite perfeito no dia seguinte, 28/10 ou também é possível que ocorra zênite perfeito na parte norte da cidade, por exemplo, no bairro de Paripe (Latitude 12º 50′), então neste mesmo momento um outro instrumento perfeitamente nivelado formará uma pequena sombra para o sul, caso esteja na parte sul da cidade, por exemplo, no bairro do Rio Vermelho (Latitude 13º 01′). A distância entre os dois é de mais de 21Km.
E se quisermos precisão total?
De acordo com os dados do Observatório Naval dos Estados Unidos (USNO), em seu caminho aparente o Sol percorre por dia uma latitude de 0,3º ou 0,4º. Obviamente essa diferença diária em latitude é muito menor nas datas próximas aos solstícios. Se utilizarmos uma calculadora geográfica (Por exemplo: http://www.dpi.inpe.br/calcula/) veremos que a distância pode ser maior do que a extensão territorial da cidade (de norte a sul), entre 33Km e 40Km e pode até acontecer do zênite nas latitudes exatas da cidade ocorrer somente depois da passagem meridiana do Sol, mas isso só poderia ser demonstrado com instrumentos precisos. Para efeitos de convenção, consideramos a data de 27/10, conforme dito antes.
Qual efeito prático disso?
Venho tentando reconhecer a data de 27/10 como sendo a do início do verão da Bahia, ou pelo menos o verão de Salvador, pois dada a extensão territorial da cidade, sempre ocorrerá o zênite solar por aqui nesta data, ainda que mais ao norte ou mais ao sul. Da mesma forma que a convenção da latitude de uma cidade é indicada por onde fica a sede da prefeitura as convenções se fazem necessárias. Vejam as postagens do Amigo Fernando Munaretto:
https://guardadordeestrelas.wordpress.com/2020/10/27/ja-e-verao-na-bahia/
https://guardadordeestrelas.wordpress.com/2019/10/19/verao-athaydeano/
O que falta para ser oficial?
Agora depende dos políticos, caso queiram melhorar as receitas com turismo anunciando que temos um verão aumentado, pelas condições astronômico-climáticas da cidade. Poder-se-ia assumir o critério do verão de cada estado pelo zênite solar nas capitais.
Por que a data pode não ser precisa?
A duração de uma translação da terra não é exatamente um período que seja múltiplo exato do período de duração de uma rotação. Assim temos anos em que o verão inicia para todo hemisfério sul 22 de dezembro ao passo em que tem anos em que se inicia 21 de dezembro. Os calendários são móveis por essa razão. Por essa mesma razão a hora exata da primavera, por exemplo, também é variada. É dada pelo momento exato em que o Sol incide em zênite no equador. E a longitude também varia muito, em cada ano ocorre em uma localidade.
As implicações são só no turismo?
Existe a óbvia implicação educacional do tema Estações do Ano. Porque somente aprendemos estações do ano como se estivéssemos na zona temperada? Lá os conceitos se aplicam com maior exatidão e realmente identifica-se períodos diferentes ao longo do ano. Então temos verão de ano inteiro por aqui? Se pensarmos assim, estamos justamente tentando colocar as regras das estações do países europeus no nosso: Em certas regiões a temperatura de verão é por volta de 17ºC. Em um dia com temperatura como essa, os habitantes saem sem camisa para “aproveitar o verão” e vão consumir chopp. Em Salvador com 19ºC a população sai agasalhada para a rua, porque essa é a menor temperatura do ano. Da mesma forma, se levássemos um habitante de Salvador no verão máximo no Polo Norte, ou no Pólo Sul ele iria se agasalhar porque ainda teria gelo sobre a água e sobre o chão. Pensando nessas três realidades distintas percebemos o equívoco que é tentar normatizar o planeta inteiro sob as mesmas regras das estações do ano. Cada local deveria ter as suas particularidades retratadas e essas regras deveriam ser corretamente ensinadas. No nosso país somente repetimos a educação nortista, importada desde os tempos de colônia… Com toda a possibilidade de circulação de informações nos nossos tempos, cada localidade poderia delimitar as suas estações do ano com base nos fatos climáticos locais e com base no zênite solar, que ocorre nas localidade tropicais.
Mais informações no livro A Teoria do Zênite Solar, lançado pela EDUFBA em 2014:
http://www.edufba.ufba.br/2014/01/a-teoria-do-zenite-solar-uma-proposta-para-as-estacoes-do-ano-nas-localidades-intertropicais/
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Abraços a todos e estou à disposição para dúvidas!
Luiz Sampaio Athayde Junior